
Até 2040, a meta do Plano Nacional de Resíduos Sólidos (Planares) é reciclar metade do que é produzido no Brasil. Esse desafio torna ainda maior e mais essencial o papel das cooperativas de reciclagem e dos cerca de 800 mil catadores de lixo ou agentes ambientais.
Os catadores são a base da cadeia de reciclagem. Todo ano eles evitam que mais de 26 milhões de toneladas de recicláveis tenham como destino os aterros sanitários, contribuindo com o meio ambiente e a gestão eficiente dos resíduos sólidos.
As cooperativas atuam como outra ponta fundamental da solução ambiental das cidades, contribuindo para o desenvolvimento sustentável. Elas são responsáveis pelas atividades de coleta seletiva, triagem e venda de resíduos recicláveis e reutilizáveis.
Com o avanço das pautas da economia circular e da crise climática, as cooperativas e os catadores se tornaram indispensáveis na gestão do lixo. Sem falar que a demanda de empresas de diferentes setores por matérias-primas feitas a partir dos resíduos tem valorizado o setor.
Inclusão social
Além de gerar oportunidade de emprego e renda para milhares de famílias, as cooperativas atuam na inclusão de grupos vulneráveis, historicamente excluídos do mercado de trabalho formal, como ex-presos, refugiados, pessoas LGBTQIAP+ e trabalhadores acima de 50 anos. Com isso, as cooperativas mostram que é possível combinar desenvolvimento econômico e social com a defesa do meio ambiente.
Segundo o Sistema Nacional de Informações sobre o Saneamento (SNIS), há 1.153 cooperativas registradas no país. Juntas, elas foram responsáveis pela coleta de 30,7% dos resíduos sólidos recolhidos em 2018, ano do último levantamento.
Como funcionam as cooperativas de reciclagem?
Antes de os resíduos recicláveis chegarem às cooperativas, há uma série de etapas a cumprir. A começar pela separação do lixo na sua casa, no seu estabelecimento comercial ou na sua empresa. Veja algumas dicas importantes para facilitar o trabalho dos catadores e das cooperativas:
- Separe o lixo orgânico do lixo seco;
- Higienize embalagens, latas, garrafas e outros recipientes antes do descarte. Os resíduos descartados sujos ficam impróprios para reciclagem por causa da contaminação pelo lixo orgânico;
- Depois de lavar os materiais, seque tudo, pois a umidade atrai vetores causadores de doenças como ratos e baratas;
- Mantenha as garrafas tampadas para não acumularem água;
- Armazene com cuidado e sinalize os materiais perfurocortantes (vidros, seringas, agulhas, etc.);
A primeira etapa do processo de tratamento dos recicláveis é a coleta. Os catadores e transportadoras especializadas recolhem materiais como alumínio, papel, plástico e vidro, e os entregam às cooperativas. Esses profissionais podem ser autônomos (vendendo o lixo recolhido às cooperativas) ou associados a elas.
Quando o material chega ao local, é submetido a uma triagem e separado manualmente por tipo, cor e categoria (plástico, vidro, papel colorido, papel branco, papelão, jornais, entre outros). Em seguida, segue para uma máquina de prensagem para ser compactado, facilitando o transporte. Por fim, é vendido às empresas especializadas, que vão transformar o lixo reciclável em matéria-prima, movimentando a chamada economia circular.
A Musa e as cooperativas
Em São Paulo, onde a Musa atua, de acordo com o Artigo 141 da Lei 13.478, de 2002, todos os estabelecimentos comerciais que geram mais de 200 litros diários de lixo são considerados Grandes Geradores, e devem contratar uma empresa responsável pelos serviços de coleta, transporte, tratamento e destinação final dos resíduos.
Trabalhamos junto às cooperativas para dar o destino correto a cada material, ajudando a gerar resíduos de mais qualidade e mais oportunidades de trabalho para as pessoas que trabalham com coleta seletiva.